Nelson Rodrigues
Em uma retomada deste texto de Nelson, toda a encenação foi revista a partir da formação de uma nova equipe. Com concepção cenográfica assinada por Doris Rollemberg, figurinos de Mauro Leite, música de Paula Leal, iluminação de Binho Schaefer e interpretação de Mariana Oliveira, essa nova montagem estreou em Porto Alegre, representando a Companhia, que foi convidada a participar das comemorações pelos 10 anos do Palco Giratório do Sesc.
Do Sul, Valsa nº 6 foi para Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Iguatu (CE), Sobral (CE), Crato (CE), Santo André (SP), Maceió (AL) e Palmas (TO). Além dessa turnê pelo Brasil, este espetáculo circulou também pelo interior do RJ passando por 11 unidades do Sesc.
Sônia, menina assassinada aos quinze anos, tenta durante os 60 minutos deste monólogo lembrar-se de tudo o que lhe aconteceu antes de ter sido apunhalada pelas costas por alguém que lhe pedia que tocasse ao piano a Valsa nº 6, de Chopin. Sônia tenta encadear fatos que ninguém, nem mesmo ela, poderia afirmar se são verdadeiros ou inventados.
Assim, Valsa nº 6 conta a história de uma menina que não sabe quem é, nem onde está. Ela procura a si própria e, nesta busca, reinventa cada personagem que passou por sua vida. Reinventa, inclusive, Sônia. Fala-nos de uma Sônia malvada, ciumenta e perversa, mas também suave, lírica e infantil.
O jogo com a ambigüidade é a marca desse texto de Nelson Rodrigues. Valsa nº 6 lida com o espaço da transição, o espaço da passagem: a menina que se transforma em mulher; a passagem da vida para a morte; o espaço entre a realidade e a ficção. E não há como privilegiar um desses níveis, pois eles estão todos entrelaçados, convivendo em cena.
autor NELSON RODRIGUES
diretor ANTONIO GUEDES
cenografia DORIS ROLLEMBERG
figurino MAURO LEITE
direção musical PAULA LEAL
iluminação BINHO SCHAEFER
fotos LUIZ HENRIQUE SÁ
assistência técnica PAULA BAHIANA
Elenco
MARIANA OLIVEIRA